quinta-feira, 6 de julho de 2017

Sobre o mundo lá fora

Oi, filho!

Às vezes eu tenho vontade de te prender no meu colo e não te deixar sair mais só pra te poupar do mundo. Sei que não é possível, nem seria uma boa estratégia, mas sim, de vez em quando meu coração aperta de pensar nesse mundo louco e egoísta em que estamos vivendo.

É verdade que bem aqui no nosso mundinho estamos cercados de pessoas queridas que nos trazem alegria, que dividem conosco as mazelas, que compartilham do nosso amor, fazendo tudo ficar mais leve e colorido.
Mas esses dias tenho pensado no "mundo lá fora". Tenho refletido sobre como as pessoas podem ser superficiais, amargas, incapazes de olhar em volta com compaixão, despreparadas para a vida, como um todo.

E não falo dos nossos erros cotidianos, não. Não me refiro aos nossos momentos de fraquezas dos quais nos arrependemos e tentamos consertar. Falo de gente equivocada mesmo. Aquelas pessoas que ainda não se tocaram do efeito "plantio-colheita".

É difícil ver um monte de coisa errada acontecendo e perceber que as pessoas não estão muito interessadas porque "por aqui tá tudo bem".

O pior, meu filho, é pensar que é nesse mundo aí que você vai crescer. Me aflige pensar em como te ensinar que as pessoas mentem, se corrompem, não se importam e ainda assim te mostrar que vale a pena ser diferente, vale a pena deixar esse coraçãozinho do jeito que ele é: doce, generoso, gentil, amigável, sincero e alegre.

Eu ainda não sei como vou fazer isso, mas tenho pensado muito no quanto é desafiador olhar pra vida lá fora e ter a responsabilidade de te preparar pra ela.

Sei que é um processo demorado, que vamos te mostrando aos poucos, com nossos exemplos. Enquanto isso, você fica, sim, aqui no meu colo, debaixo da minha "asa protetora". 
Enquanto você for assim, indefeso, esse trabalho é meu e do seu pai.
E se tem uma coisa da qual tenho certeza nessa vida é de que não vamos medir esforços pra te proteger. 
Não tem nada mais importante que isso pra nós.

Você trouxe tanto amor pra nossa vida, você fez a gente ver tudo com muito mais gratidão, fez a gente ter outra perspectiva da vida e talvez, por isso, seja tão difícil olhar para as pessoas por outro caminho que não seja o do amor.


Mas não vamos nos contaminar.
Porque daqui só sai amor.

Te amo, filho.