quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

23 meses - Feliz Ano Novo!!!







Oi, filho.

Tá acabando o ano.
Época de festas, de confraternizações, de troca de presentes e também uma boa oportunidade pra gente refletir sobre as bênçãos que recebemos no ano que está acabando e sobre tudo que desejamos pra você.

Quero que você aprenda sobre ser grato por tanta coisa boa na nossa vida.

Que saiba que a vida nem sempre é como que a gente planeja, mas sempre vale a pena.

Que aprecie nossas refeições à mesa, quando conversamos sobre o dia e aprendemos coisas novas.

Que aproveite nossos passeios, correndo, pulando, rindo e descobrindo.

Que reconheça sempre as pessoas queridas à nossa volta, sempre disponíveis quando precisamos.

Que continue acordando feliz todos os dias, com muita vontade de aproveitar as horas.

Que saiba sempre que o nosso colo é seu, a qualquer momento, em qualquer situação.

Que esteja seguro pra nos dizer que tem medo e não quer fazer algo.

Que chore quando não estiver satisfeito.

Que fale ainda mais.

Que tenha MUITA saúde e cresça sempre esperto.

Que veja que os frutos bons que colhemos são resultado de um plantio amoroso.

Poderia escrever uma lista infindável de coisas que ainda quero que aprendamos juntos. Mas temos ainda muito tempo pela frente.

Por hora... Que aprenda todos os dias, que a nossa família é cercada de amor, e é isso que nos importa no fim de tudo.

Obrigada por mais esse ano de lições, meu amor.
Feliz 2016!!!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

21 meses - Como Pode?

Oi, filho!

Como é que a gente pode ser feliz todos os dias? Pois é. A gente é. Desculpa aí. 

Pode ser que a gente esteja cansado, pode ser que alguma coisa ruim tenha acontecido. Pode ter uma preocupação, um desânimo, um estresse da correria do dia-a-dia. Pode até vir uma tristezinha de vez em quando. Pra te falar bem sinceramente, pode até aparecer ocasionalmente uma vontade de largar tudo e sair correndo. Mas filho, por incrível que pareça, a gente é feliz todos os dias. Não tem como.

É difícil não ser feliz quando a gente olha pra você descabelado com a carinha amassada de quem acabou de acordar, quando você anda pela casa gritando mamanhê ou papaiê ou quando dá uma gargalhada daquelas. 

É difícil não ser feliz ouvindo você falar cada vez mais e de forma mais elaborada, vendo você escalar o sofá rapidamente, subir e descer da sua caminha com toda facilidade e ainda dizer que quer andar de bicicleta.

É difícil não ser feliz quando a gente anda pela feira e você vai gritando o nome das frutas pedindo provinhas pros feirantes e todo mundo ri.

É difícil não ser feliz quando vamos te buscar na escola e você vem correndo pros nossos braços com o melhor sorriso do mundo. 

É difícil não ser feliz sendo surpreendido a cada dia com um novo aprendizado seu, com todas as gracinhas que você inventa, com tantas habilidades desenvolvidas em tão pouco tempo de vida. 

É difícil não ser feliz quando você pega o telefone e diz: "eu te amo, papai." ou quando me olha e diz "vem fazer bagunça, mamãe."

É difícil não ser feliz ouvindo suas músicas com letras inventadas, com coreografias engraçadas e caretas irresistíveis.

É MUITO difícil não ser feliz quando olho pra nós três juntos, brincando, jantando, passeando ou fazendo uma baguncinha.

Todo mundo sabe que a maternidade não é um mar de rosas. Não, não somos uma família de comercial de margarina, como todo mundo diz. Mas a gente sabe aproveitar esses momentinhos de descuido em que a gente esquece o que não tá legal e se deixa levar por esse amor avassalador que você trouxe pra nossa vida, meu filho. E é nessa hora que a gente é absurdamente feliz. 


Obrigada.
Te amamos.









terça-feira, 22 de setembro de 2015

20 meses - A vida como ela é!

Oi, meu amor!


Que crescido você está! 1 ano e 8 meses, já. Um menino. Esperto, engraçado, falante, ativo. Cada fase que vai passando vai mostrando novas facetas da vida de mãe. Antes eu morria de cansaço de andar com você no colo pra lá e pra cá. Agora minhas costas não doem mais. Antes eu corria pra escovar os dentes antes de você acordar, agora nós escovamos os dentes juntos. Antes as nossas manhãs eram de mamadas, gracinhas e colo, agora são de mamadas, brincadeiras e histórias. A vida vai passando, você vai crescendo e nós vamos aprendendo muito. E como uma amiga querida já me disse uma vez sobre a maternidade: "Só melhora com o crescimento deles."

É verdade que às vezes bate um desespero e dá uma vontade de ter a vida de antes. Não tenho problema em te contar isso, filho. E não significa que eu queria voltar à vida sem você. Não mesmo. Significa que de vez em quando eu queria assistir um filme deitada no sofá comendo pipoca, sem hora, sem pensar que você pode acordar a qualquer momento, que queria poder voltar a ver as séries que eu acompanhava antes, Significa que às vezes bate uma saudade de como era minha casa sem brinquedos como parte da decoração. Significa que eventualmente eu preferia poder sair de casa mais rapidamente sem ter que contar com tantos imprevistos e com tantas coisas a carregar. Só pra citar alguns exemplos.

Digo isso sem culpa nenhuma e com bastante tranquilidade. Primeiro, porque sei que novas fases do seu crescimento vão chegando e aos poucos vamos voltando a fazer coisas de antes. Segundo, porque a vida com você aqui é tão completa, é tão cheia de amor que na maior parte do tempo nem me lembro de como era antes. É tudo tão intenso, toma conta de tudo, do tempo, do espaço, de nós. E que maravilha. E graças a Deus que a vida tomou esse rumo e você faz da nossa vida essa maratona deliciosa.

Te amo, filho.






terça-feira, 18 de agosto de 2015

19 meses - Meu melhor assunto

Oi, filho.

Essa semana almocei com uma amiga querida que acabou de descobrir que está grávida. Radiante de felicidade. Há três semanas uma outra deu à luz um menino lindo depois de um tempão tentando ser mãe pela segunda vez. Semana passada mais uma me mandou uma foto linda do barrigão de 7 meses de uma menina super esperada. Tem outra ainda que nem esperava mais ser mãe com uma bebezinha linda que completou 4 meses semana passada. E há alguns dias uma voltou a trabalhar com o fim da licença maternidade, com a certeza da maior dedicação do mundo pra sua bebê. E tem várias outras amigas queridas como essas, com seus nenenzinhos como você.... vivendo todas emoções que a maternidade proporciona. É filho... estamos cercados de bebês. Uma atmosfera de ocitocina deliciosa.

Conversando com essas amigas, observando as situações, ouvindo as experiências, meu coração se enche de alegria. Volto no tempo e lembro de tanta coisa que já passou desde que engravidei de você.
Tantos sentimentos bons, tanta novidade, tanta coisa eu aprendi. Mas ao mesmo tempo, conversar com elas também traz um conforto, sabe? Um alívio de saber que quase todas as mulheres compartilham da mesma insegurança, das mesmas dificuldades e desesperos da maternidade.

Já te escrevi várias vezes sobre o quanto você mudou minha vida, sobre o quanto você me faz melhor e o quanto sou feliz porque você existe.
Mas sabe filho, ser mamãe de um bebezinho não é fácil, não. É um super desafio. É um exercício diário de superação, uma rotina de tentativa - erro - tentativa - acerto. Um aprendizado duro.
Quando a gente encontra empatia, quando a gente se identifica com pessoas que sentem do mesmo jeito, quando a gente sabe que não tá sozinha, tudo fica mais leve. É mais fácil lidar com as dificuldades quando a gente compartilha e se sente acolhida. Estar rodeada de amigas-mamães-de-bebês é um alento. Eu morro de felicidade por elas e por mim também.

Hoje faz 1 ano e 7 meses que você nasceu. Esse é o tempo de experiência que eu tenho pra compartilhar. Pode parecer pouco, mas é assunto que não acaba mais. Papo pra render muitos almoços, encontros, passeio, conversas de whatsapp e outras mídias. Você é meu assunto preferido. Meu melhor argumento, minha melhor explicação, minhas melhores histórias, os casos mais engraçados. Que bom que tenho pessoas queridas por perto que tem interesse especial no meu tema favorito.

Desejo do fundo do meu coração que elas possam sentir a maternidade com toda intensidade, que desfrutem de todo esse amor que nasce junto com o bebê, que saibam que toda a dificuldade vale a pena, que aproveitem cada minuto, que não tenham medo de errar e seguir em frente. E que deixem correr as lágrimas livremente, sejam elas de cansaço, insegurança e desespero ou desse amor louco que aperta o coração de tão forte e faz a gente ser feliz de um jeito que não dá pra explicar.

Amo você, filho.
E parabéns pras minhas amigas que estão povoando o mundo de amor.



 






terça-feira, 14 de julho de 2015

18 meses - Sobre o amor na madrugada

Oi, filho.

São 3h40 da manhã. 
Eu tinha engrenado quase quatro horas de sono seguidas quando ouvi seu chorinho. Fiquei ainda na dúvida se era no meu sonho ou de verdade. Abri um olho e vi você sentadinho no berço pelo monitor da babá eletrônica na cabeceira da minha cama. Um cansaço me domina. Os olhos pesam. Juntei minhas forças e levantei. Descabelada, cambaleando no escuro, desviando dos brinquedos espalhados... Fui até o seu quarto e como de costume você estendeu seus bracinhos pra mim assim que notou minha presença. Você tem essa capacidade de me achar na penumbra, de saber que estou chegando perto e me chamar com um choro sentido. Peguei você e você logo deitou sua cabeça no meu ombro, como num aconchego de alívio. Esperei um pouco pra ver se você pegaria no sono de novo e você logo choramingou: "mamá!"
Sentei na poltrona e botei você pra mamar. Estendi meus pés no apoio, deitei a cabeça pra trás, tentando achar uma posição recostada. Pensei no cansaço que não termina, tentei lembrar (sem sucesso) da última vez que dormi mais de quatro horas seguidas e logo me veio à cabeça uma lista de coisas que precisaria fazer no dia seguinte e que certamente não daria conta.
Pensei que deveria ter lavado o cabelo antes de dormir porque bem provavelmente não conseguiria fazê-lo antes de ir trabalhar.
Antes que um desespero tomasse conta de mim, você deu um longo suspiro, soltou o peito e de olhos já fechados pediu pra trocar de lado, balbuciando: "Ôto mamá."
Virei você de lado e já senti uma onda de amor pelo corpo. Olhei pra você mamando sereno, completamente aconchegado no meu colo e me lembrei do motivo pelo qual nunca desisti. Fiquei ali olhando sua respiração cadenciada com os goles de leitinho, suas mãozinhas relaxando aos poucos e o corpo se entregando ao sono devagarinho.
Desde que você nasceu vivemos momentos como esse durante a noite. Às vezes demora mais, com mais agitação, com febre ou fralda suja, outras é bem rapidinho, sem despertar muito. Mas todas as noites eu sinto esse amor que me invade. Sinto uma conexão absurda. Uma paz que recarrega minhas baterias e não deixa meu corpo se abater.
Naquela hora ali, meu amor, com você nos braços, senti como se existisse uma contagem regressiva. Nesse momento que olhei pra você aninhado no meu colo me perguntei quanto tempo mais você ainda caberia ali. Quanto tempo mais você seria pequeno o suficiente pra acordar de noite e querer um leitinho. Quanto tempo mais conseguiria sentir sua mãozinha pequena escorrendo pelas minhas costas enquanto o sono vai te amolecendo. Quanto tempo mais ia ouvir esses barulhinhos deliciosos que você faz quando mama ávido pelo leitinho. Quanto tempo mais veria seu olhar pra mim, seguro de que estava no melhor lugar do mundo. Quanto tempo ainda sentiria esse cheirinho de neném que fica na minha roupa depois de te embalar tanto tempo. Quanto tempo ainda desistiria de te colocar no berço e te levaria pra minha cama no meio da madrugada com a desculpa de facilitar as coisas mas com a vontade de dormir grudadinha em você...

Me fiz todas essas perguntas enquanto você já dormia pesadamente.
Esqueci o sono, o cansaço, o desespero e agradeci a Deus. Agradeci por viver tudo isso.  Agradeci por ter total consciência da efemeridade dessa fase e vivê-la com toda intensidade do meu coração, aproveitando cada segundo. Desejei que esses momentos ainda se repitam muitas vezes. Que você seja meu bebezinho ainda durante um bom tempo. E tive certeza que daqui a algum tempo meu cansaço será apenas uma doce recordação dos instantes de ternura que vivemos nas nossas madrugadas.
Obrigada, meu amor.
Te amo muito.







sexta-feira, 19 de junho de 2015

17 meses - Falando pelos cotovelos


Oi, meu amor.

Hoje você completa 1 ano e 5 meses.

Essa semana eu e seu pai falávamos do quanto você desenvolveu no último mês. 
De uma hora pra outra acelerou o processo de compreensão, de desenvolvimento motor e de forma especial a fala. Meu Deus, como fala. 
Fala tudo, conversa o tempo todo, pede coisas, reclama do que não agrada, repete o que falamos e canta!
É muito divertido... é incrível como a gente se surpreende a todo momento com tantas novidades. A gente tem dado muita risada aqui por conta dessa nova fase.
Até bem pouco tempo atrás, você chamava Mamã, depois Mamãe e de repente corre pela casa me gritando Mamanhêêê!!!!

Pede água, suco, pão, macarrão, feijão, carninha e todas as suas frutas preferidas.
Pede mamá, por favor, e quando termina de um lado pede o outro.

Identifica os bichos nos seus brinquedos e livros; cachorro, leão, macaco, baleia, girafa, urso e piu-piu, além dos seus amigos inseparáveis: Pateta, Peppa e Jorge.

Sabe falar diferenciando carros, motos, caminhões e ônibus quando andamos na rua.

Cita todos os membros da família e nomes de pessoas da sua convivência quando rezamos pedindo proteção pra todos.

Olha pra gente dizendo NÃO quando faz alguma coisa que sabe que é errada.

Mostra e fala partes do corpo como cabeça, olho, nariz, boca, orelha, mão, pé e barriga. Adora mostrar a barriga.

Pega a chave do carro, vai pra porta da sala e fala: "chave, carro, papai, passear!" E quando a gente abre a porta, sai correndo pelo corredor do prédio gritando: Elevadooooor!

E canta. Desde bebezinho você adora música. Sempre se acalmou, sorria e se distraia com nossas musicas. Agora dança super animado e canta várias delas. É lindo. E divertidíssimo.

Enfim, um vasto vocabulário, com formação de sintagmas, quase sempre bem pronunciados, mas algumas vezes com compreensão possível apenas pela mamãe ou pelo papai. Às vezes constrói uma conversa inteira que não se entende nada. Outras conseguimos comunicar sem problemas em longos diálogos.

É sensacional pensar que aquele meu bebezinho que há bem pouco tempo atrás mal ficava em pé e se comunicava basicamente através do choro, agora conversa com a gente, verbalizando um tanto de coisa.
Que felicidade eu sinto por presenciar a cada dia sua vida se abrindo para o mundo, meu amor.
Parabéns.
Te amo.




segunda-feira, 18 de maio de 2015

16 meses - Pra você saber...



Sabe, meu amor...

Tem uma risada que você dá que me arrebata. Um riso com os olhos arregalados de quem se surpreendeu consigo mesmo, um riso de quem conseguiu uma proeza sozinho pela primeira vez que é sensacional.


Tem um jeito que você levanta os bracinhos pra mim que me ganha. Um estender de braços que pede ajuda, aconchego, um colo no meio da noite, uma companhia, socorro ou só um outro ângulo pra ver o mundo, que é de uma ternura sem fim.

Tem um andar que você tem que me orgulha. Um caminhar de passadas certeiras e fortes de quem decidiu onde vai, com vontade e urgência. Mesmo que seja só até ali na porta da cozinha.

Tem uma dancinha que você faz que me deleita. Um suingue flexionando os joelhos e rodando em volta de si mesmo com as mãozinhas na barriga, que contagia qualquer um.

Tem um grito quando você chora que me desespera. Um desabafo alto de quem sente dor, de quem foi contrariado ou de quem se assustou, que me faz correr pra você.

Tem um carinho que você faz nas minhas costas enquanto mama que me derrete. Um tapinha bem levinho com essa mão pequena que ora afaga devagar ora faz uma coceirinha deliciosa.

Tem um jeito seu de brincar que me encanta. Uma curiosidade pra descobrir tudo, abrir e fechar, subir e descer, ligar e desligar, uma atração pelo novo e desconhecido que me ensina muita coisa todos os dias.

Tem uma corridinha que você dá quando vamos te buscar na escola e a porta do elevador se abre, que zera meu dia. Uma pressa de nos encontrar novamente como se estivéssemos há muito tempo separados, uma urgência de matar uma saudade sem fim que me faz esquecer o pior dos problemas.

Tem um olhar que você me dá todas as manhãs quando acorda que me motiva. Um bom dia cheio de carinho, olhinhos brilhando ávidos por mais um dia de vida, que me fazem esquecer a noite mal dormida, que me deixam pronta para a rotina frenética que vem pela frente.

Tem um amor que eu sinto quando olho pra nós três juntos que me salva. Um amor absurdo. Um amor que me traz paz, que toma meu coração, que faz tudo ficar mais leve e tranquilo, que transforma meus dias e me enche de gratidão.

Obrigada, filho.
Te amo.




sexta-feira, 8 de maio de 2015

Carta do Papai - Dia das Mães



Filho,

Um dia desses eu ouvi uma frase que dizia o seguinte: "Só existem dois dias importantes na nossa vida: o dia em que a gente nasce e o dia em que descobrimos para o que nascemos".
Vou me ater a falar apenas do segundo dia, que ocorreu há uns 15 anos, quando conheci sua mamãe e aí percebi que nasci para amar, cuidar e me apaixonar diariamente por ela.
Sem nenhuma modéstia, vida perfeita. Casamento Lindo, passeios, reuniões com amigos, tudo maravilhoso.
Até que um dia, sua mamãe - sempre ela - me deu a noticia que revolucionou minha vida e apagou um monte de bobagens do meu coração e colocou coisas muito mais valiosas: "Vida, tenho um bebê dentro de mim - nosso filho".

Aí percebi que na verdade existem três momentos importantes, o dia que nascemos, o dia que descobrimos para o que nascemos, e o restante da minha vida ao seu lado e da mamãe.
Aliás, é dela que quero falar um pouquinho agora. 
Filho, você tem a melhor mãe do mundo!
É impressionante o quanto ela é dedicada, carinhosa, resignada (principalmente nos momentos dolorosos da amamentação), amorosa e feliz por ser sua mamãe.

Papai do Céu não poderia ser mais generoso comigo, por ter me escolhido para ser seu pai, junto com essa mulher incrível. Como me orgulho de olhar para nós três e enxergar uma família na plenitude, com marido, mulher, pai, mãe e filho. Tudo no seu devido lugar, sob o comando dessa mulher, que com o jeitinho meigo, ordena e dá sentido a tudo o que fazemos e eu que sempre fui  "durão", fico arrebatado, por essa exuberante dona de nossas vidas.

Filho, o dia em que comemoramos o dia das mães, está chegando, e não poderia deixar de por em algumas poucas palavras - sou um "bobo" sentimental, que chora por qualquer palavra ou gracinha sua, mas que não sabe expressar seus sentimentos, ainda mais em palavras – o quão excepcional é essa pessoa em nossas vidas. Aproveite muito ela sempre, pois é um presente de Deus, que vive para nos fazer cada dia mais felizes. Só espero que possamos retribuir um pouquinho dessa felicidade.

Obrigado Deus, pelo meu filho e pela minha esposa que me escolheu para transformá-la também em mãe!




domingo, 19 de abril de 2015

15 meses - Compartilhando Felicidade...


"Quem tá feliz aí?"








Oi, meu amor.

Essa semana li uma matéria sobre uma mãe que foi hostilizada por algumas amigas porque compartilhava muitos posts com fotos e textos sobre seu bebezinho. Pensei nessa mãe orgulhosa da sua filha, que queria dividir com todo mundo a maravilha que é acompanhar o crescimento e desenvolvimento de um serzinho que saiu de dentro de você e me identifiquei muito. É um processo contínuo de surpreender-se e maravilhar-se a cada dia. E olha, é difícil conter-se. É difícil não querer que o mundo inteiro saiba o quão feliz a gente fica com esse mundo novo que surge. É difícil não dividir com as pessoas a felicidade que não cabe dentro de nós.
O problema é que nem sempre as pessoas encaram com naturalidade a felicidade alheia. Nem todo mundo acha que é só uma questão de compartilhar um sentimento bom. Tem gente que se chateia. Tem gente que acha que é "ostentação". Tem gente que enche o saco e ponto.
Outro dia mesmo conversava sobre isso com duas amigas. Falávamos sobre alegrar-se pelo próximo. Trocamos experiências que mostravam que a tristeza e o sofrimento atraem mais ombros solidários do que a felicidade plena atrai abraços comemorativos. Estranho, né? Mas é.
Desde que você nasceu, meu amor, já passamos por momentos difíceis, tristes e desafiadores, mas graças a Deus, nossos momentos felizes são muito mais frequentes e intensos. E não cabem em mim. E eu compartilho, sim. Compartilho porque sei que temos muitas pessoas queridas na nossa vida que se alegram por nós. Acompanham nossas conquistas e vibram positivamente por nós. E não tenho medo daquelas que não o fazem.
Hoje você faz 1 ano e 3 meses e temos muitos registros, fotos, textos, cartas, vídeos compartilhados com um monte de gente que se diverte com tanta coisa bacana que já aconteceu nesse tempo.
Eu mesma ainda me surpreendo com a maravilha da vida que cresce bem aqui na minha frente.
Quem não gosta tá perdendo.
Obrigada por nos fazer tão felizes, meu filho.
Te amo.

quarta-feira, 18 de março de 2015

14 meses - "Tau Mamã"


Oi filho.

Essa semana já completamos 1 mês e meio de adaptação na escola. Foi um processo longo e sofrido. Dias de choro, nervosismo, viroses, infecções, febres, incertezas e noites mal dormidas.
Eu tinha me colocado um prazo até o fim de março como limite dessa adaptação. Prometi pra mim mesma que pensaria em uma outra solução caso você continuasse a chorar desesperadamente pra entrar na escola todos os dias. Não tinha como continuar com essa situação tão desgastante.
Conversei com as responsáveis pelo berçário diversas vezes. O retorno que eu tinha era de que você estava, sim, se adaptando, que o choro no momento da despedida era normal e uma questão de tempo. Sempre muito pacientes em me ouvir e me tranquilizar.
Sabe, filho, a gente tem um monte de amigos. Amigos que comemoram quando estamos felizes, mas que também correm pra nos apoiar quando precisamos. Nesse período difícil que passamos, várias pessoas queridas se manifestaram pra ajudar. Eu ouvi um monte de outras experiências, de pessoas que sabem exatamente o que essa angústia significa, que me disseram que tudo isso ia melhorar a partir do momento em que eu estivesse segura e passasse essa segurança pra você. De fato, eu não estava bem, não estava feliz com essa situação e certamente você também não estaria... Tanta gente querida torcendo por nós, me dando dicas e acompanhando nosso processo foi muito importante pra mim.
Fui, aos poucos, me tranquilizando e fazendo da nossa rotina de ida à escola um momento divertido, descontraído, leve. Precisava acreditar que você estava bem lá e que o choro era apenas no momento da nossa despedida.
Até que sexta-feira passada, seguindo nossa rotina de todos os dias, chegamos à escola. Coloquei você no chão, pra andar pela recepção e se distrair enquanto esperávamos a tia vir te buscar. De repente ela apareceu e você deu de cara com ela no corredor. Ela estendeu a mão, você caminhou até ela, deu a mão e foi embora. Sem olhar pra trás. Meu coração se encheu de alegria e alívio e chorei novamente na recepção da escola. Voltei pra casa leve e agradecida por ter vivido esse momento. Mesmo que você chorasse novamente nos próximos dias, esse era o sinal que eu precisava ter pra saber que você estava feliz e bem.
Quando a segunda-feira chegou, estava conformada de que você poderia chorar novamente após o fim de semana conosco.
E me surpreendi quando você não só foi pro colo da tia espontaneamente, como olhou bem pra mim, me jogou um beijo e disse: "tau mamã."
Me derreti de amor.
E assim essa cena se repetiu nos dias seguintes. E ao que me parece esse processo dolorido de adaptação chegou ao fim. Bem agora quando você completa 14 meses! Parabéns pra nós, Rafael!
Que venham todas as outras adaptações que ainda vamos passar nessa vida, meu amor.
Te amo.


"Tau Mamã"





"Tau Mamã"


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

13 meses - Quem se adapta?

Oi, filho.

Aquele dia chegou. Era uma segunda--feira, início de fevereiro, o ano letivo começava, o meu ritmo de trabalho precisava ser retomado e você precisava ir pra creche. 
Passei a manhã tensa, organizando suas coisas, colocando em prática novas rotinas, novos horários. E o coração apertando...
A escola recomenda um período de adaptação de três dias, com horário reduzido. A mãe entra junto com o bebê para que ele vá se ambientando, conhecendo o espaço e as pessoas de forma segura e tranquila. Até aí, ótimo. Várias salas coloridas, cheias de brinquedos, estímulos coloridos e espelhos, que você adora, e a mamãe ali no cantinho. Saí de perto algumas vezes, para ver como você reagia e estava bem à vontade, explorando tudo, interagindo com os outros bebês, mas bastavam alguns minutos pra você olhar em volta à minha procura e pedir colo. Assim fizemos nos três dias que se seguiram e você já chegava na porta da escola nervoso e me abraçando com força.
No quarto dia, você subiu e eu fiquei. Não tão simples assim. A responsável pelo berçário veio, tentou te pegar do meu colo, sem sucesso. Pediu que eu te colocasse no chão e com um brinquedinho na mão, te chamou. Você foi até o brinquedo e quando ela te pegou no colo e te afastou de mim, você chorou desesperadamente.
Muitas coisas passaram na minha cabeça nesse momento. Em alguns segundos, revivi tudo de bom e ruim que passamos nesse ano todo, busquei nossos momentos felizes e amorosos, desejando com toda força do meu coração que fossem maiores e mais importantes do que aquela dor que estava te causando naquele instante. Você subiu e eu chorei. Ali mesmo na secretaria da escola, ainda pensando se deveria subir correndo e te trazer de volta ou esperar que alguém descesse e me dissesse que estava tudo bem e que ficasse tranquila. Tentei ser racional e ali fiquei esperando. Passado o período ainda de adaptação, você veio, lindo e cheiroso direto pro meu colo e fomos pra casa.
Cumprimos a nossa nova rotina diária e você foi dormir. E eu também, rezando pra que essa fase de adaptação passasse logo e você fosse feliz pra escola como todo mundo havia me dito que aconteceria em breve. Pedi a Deus que no dia seguinte você não chorasse mais. 
E você acordou no meio da noite, vomitando e com febre. Passando mal como eu e seu pai ainda não tínhamos visto nesse ano de vida. 
"Será que comeu alguma coisa que fez mal?"  
"Será que pegou alguma virose no primeiro contato direto com tantas outras crianças?"
"Será que tá sentido?"
"Será que devemos continuar a adaptação?"
"Adaptação?"

Quem se adapta a ver o bebezinho chorando, sofrido, querendo seu colo, sendo levado embora?

Bem que podia ser mais fácil. Você ficou os próximos dois dias com febre e recusando qualquer comida. Sorte mesmo que o mamá você nunca recusa...
Depois disso veio o feriado de Carnaval e a adaptação foi pro brejo. Agora vamos começar tudo de novo. E haja coração. 

Sabe, Rafa, antes mesmo de você nascer a gente já tinha que fazer escolhas sobre sua vida o tempo todo. E tudo que a gente escolhe, é sempre pensando no seu bem-estar. Às vezes é fácil, outras é complicado pra caramba. A gente se pergunta o tempo todo se tá fazendo certo, repensa tudo de novo e reza pra ter escolhido o melhor caminho. Eu passei uma semana péssima, triste, chorando, me questionando se estava certo fazer você passar por isso. Sinceramente, ainda não tenho a resposta. Tenho tido apoio de gente querida, que me escuta, que me entende. E quero acreditar no que dizem, que vai passar, que daqui a pouco você vai subir feliz e sequer olhar pra trás. Tomara que seja logo. 

Te amo, meu amor.


 





segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Carta do Dindo

 





Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz.

 Em vez disso, eu os tenho chamado amigos,

 porque tudo o que ouvi de meu Pai eu tornei conhecido a vocês. (João 15:15)





Olá, Rafa. A essa altura de sua vida, eu e você já nos conhecemos bem. Eu sou seu dindo e queria te falar umas coisinhas...


Hoje você faz um aninho.  E a gente poderia aqui falar de um monte de coisas que eu e todo mundo sente por chegarmos até aqui e sobre tudo o que desejamos que aconteça na sua vida. Mas a vida é uma caixinha de surpresa. E eu queria falar um pouquinho sobre ela...


Vida é emoção, sabe? Emoção boa, emoção ruim. Quando você andar de montanha-russa, e a sua mãe vai amar te ver numa montanha-russa (sqn!), você vai entender o que eu quero dizer. Você nunca sabe o que te espera quando você entra numa sala nova, quando vira uma esquina, quando toma uma decisão. E aí (isso sim é previsível!) coisas legais e às vezes coisas não tão legais acontecem conosco. Papai, mamãe, todo mundo quer que só coisas boas aconteçam com a gente, mas esse jogo é assim mesmo: a gente ganha e perde o tempo todo numa mesma partida.


Então, você pode pensar assim: “mas dindo, se tem emoção que não é legal vale a pena jogar mesmo assim?”. Vale, querido! Vale muito! E vou te falar de uma arma que nós temos na vida e que nos ajuda a jogar melhor e a vencer todas as batalhas: a amizade. A amizade é um poder que nós temos. Ela é força e antídoto, é sentido e suporte. É a única coisa real que uma pessoa pode ter e que quando tem se torna super-herói.


Ter um amigo de verdade é a coisa mais difícil que tem. Você já fez gol de letra? Nem eu! Pois é! É muito difícil. Mas quando você encontra um amigo de verdade, uma pessoa que chora no carro com você, no momento mais difícil da sua vida, quando você tem pessoas que são as primeiras que visitam seu filho no dia em que ele nasceu; que te manda o email mais sincero e emocionante da sua vida; quando você tem pessoas que a todo instante provam que estão ao seu lado e que te amam de verdade, você descobre que não está sozinho no mundo, sabe? E isso é muito bom! E ninguém quer ficar sozinho, não é mesmo? Você não gosta de sentir o calor da mamãe enquanto você está mamando? Pois, então! Ter um amigo de verdade ao seu lado é estender esse calor, essa energia, por toda a sua vida. E isso é realmente muito bom!


Sabe, Papai do céu facilita um pouco nosso trabalho de encontrar nossos maiores amigos. Primeiro ele nos dá um papai e uma mamãe. ‘Papai e mamãe’ é algo muito bom! Eles cuidam da gente, amam a gente quando a gente faz bagunça e quando a gente ganha medalha na escola. Amam a gente quando dormimos e quando não deixamos eles dormir. Amam a gente quando a gente nem merece que eles nos amem. Por isso, Rafa, reconheça sempre na sua vida a amizade de seus pais. Dificilmente você encontrará amizade maior que essa.


Outras amizades irão aparecer na sua vida: colegas de escolas, namoros, colegas de trabalho. E isso também é muito legal! Mas fique esperto! Do meio de tantos amigos, de tanta gente engraçada, você pode ter duas sortes. Uma é a sorte de encontrar um grande amor, mas sobre esse assunto prefiro conversar com você depois, quando maiorzinho. A outra é a sorte de encontrar seus melhores amigos. Maior sorte da vida. Maior sorte da vida. Sorte de quem vai ter pra sempre alguém que tem interesse pelas suas questões, que te ouve, que precisa te ouvir, que nem precisa terminar de te ouvir pra começar a rir, que nem precisa te ouvir para chorar junto de ti. Quando você perceber que essas pessoas apareceram, você vai ter que mudar a estratégia do jogo, porque você estará mudando de fase no game: estará entrando na fase das conexões definitivas, dos laços verdadeiros que só o amor é capaz de ligar, juntar e manter.


Sabe Rafael, eu amo seus pais. Amo de verdade! E tudo, tudo que desejo pra você no dia do seu aniversário é que lá na frente, quando você estiver grandinho e precisar caminhar mais sozinho no jogo da vida, você encontre, como eu encontrei, pessoas assim: que te amem e te ajudem e que mutuamente vocês possam trazer mais alegrias para si. Você verá que isso é muito, muito, muito bom!



Amo você!

dindo

sábado, 17 de janeiro de 2015

1 ano!


Meu filho...

Hoje você faz um ano. Desde antes de você nascer eu já escrevia cartas pra você. Muitas. Nem todas estão publicadas, mas todas guardam memórias de sentimentos, momentos vividos, recordações escritas, que um dia, talvez numa tarde qualquer de domingo em casa, quem sabe com você ao meu lado, me farão reviver esse tempo que não volta mais.
Fazendo uma retrospectiva dessas cartas, vi que desde que soube que estava dentro de mim, você foi meu foco. Sua chegada, sua amamentação, seu desenvolvimento, suas gracinhas, toda a mudança que você trouxe pra nossa vida. Hoje, pensando aqui nessa retrospectiva de um ano, pensei em mim. Pensei no quanto mudei. Olho pra você ali dormindo e me pergunto o que foi mesmo que me aconteceu nesse ano todo. Onde é que eu estava enquanto você arrebatava meu coração e virava tudo de cabeça pra baixo? Como foi que me tornei essa pessoa de agora, que dorme pouco, trabalha muito mais, se afeta bem menos, e tem MUITO, muito mais amor no coração?
Você me transformou, Rafael. Você fez de mim uma pessoa mais grata, com ambições bem mais simples. Me fez mais forte, mais resiliente e mais corajosa. Aprendi a ser mais prática, mais rápida e complicar menos. Você me mostrou que mesmo quando acho que não vou aguentar, posso ser muito mais resistente do que imaginava. Eu cresci, filho. Eu aprendi um monte de coisa nova, eu li milhares de textos, eu estudei todas as possibilidades e você me fez entender que nada disso adianta porque não podemos controlar todas as coisas. Eu aprendi a lidar com o inesperado, com o  não-planejado. Me superei quando em qualquer outro momento teria desistido. Eu fui firme quando foi preciso e consegui flexibilizar quando foi sensato. Entendi que não vou sempre dar conta de tudo, e ok, não há problema nisso. Eu aprendi a deixar pra lá... não quero mais levar tudo tão a sério, nem me importar tanto porque descobri o que me importa de verdade. Eu descobri que sim, sempre tive uma vida bem feliz, mas que um bebezinho no colo sorrindo pra você pode fazer a felicidade tomar dimensões inimagináveis. Eu vi meu amor pelo seu pai aumentar absurdamente observando o jeito como cuida de você e a dedicação incondicional à nossa família. Você mudou minha autoestima, me fez sentir sensacional, poderosa, me faz ter muito orgulho de mim mesma. Desde que você chegou, em todos os momentos com você aqui, eu fiz o meu melhor, eu dei o melhor de mim, mesmo errando aqui e ali. Me sinto cansada, sim, quase sempre com sono, com dor nas costas e sem tempo. Mas aprendi a não fazer disso um problema. Na verdade, poucos problemas resistem àquele momento que você acorda, me chama e estende os bracinhos pra mim, sorrindo. Eu ainda me pergunto, quando olho pra você aninhadinho no meu colo, mamando tranquilo: "Como eu pude? O que eu fiz pra merecer?"
Tudo isso em um ano. Eu mudei por você, pra você, por sua causa. E sei, meu filho, que ainda tenho uma vida inteira pela frente pra crescer com você. E mal posso esperar por isso.

É seu aniversário, meu amor. Seu primeiro aniversário. Quantas coisas pra comemorar. Quantas bênçãos pra agradecer. Há quem diga que o primeiro aniversário do bebê é uma comemoração para os pais. Pode ser... Mas vamos comemorar juntos. Nossa família está em festa. Obrigada por ter vindo.
Te amo.