quinta-feira, 19 de junho de 2014

5 meses - "E o que vai ficar na fotografia..."













Oi, meu filho!
Essa semana imprimimos umas fotos suas, fotos desde que você nasceu. Muitas. 
Sentamos no sofá, eu e seu pai, arrumando tudo em um álbum. Foi como fazer um flashback. Relembramos vários momentos, desde o dia que você chegou até agora, completando 5 meses. Quantas coisas já vivemos!
As fotos congelam momentos na nossa memória, nos ajudam a sentir de novo as emoções que vivemos naqueles instantes. E de repente, estávamos eu e seu pai ali no sofá, envolvidos novamente naquelas cenas, revivendo sentimentos intensos que você nos trouxe nesses meses. A felicidade plena de quando você chegou, a insegurança dos primeiros cuidados, desespero e angústia do tempo em que você ainda não mamava, cansaço das primeiras noites não dormidas, gargalhadas do cocô espalhado que não se sabia por onde começava a limpar, preocupação com cólicas e refluxo, alegria com suas primeiras reações, sorrisos, movimentos e conquistas, felicidade plena novamente de ver você mamando como um expert e ganhando peso além do esperado, amizade de tantas pessoas queridas preocupadas e felizes conosco.... Mas sobretudo, filho, o nosso amor... Aquelas fotos nos fizeram parar no meio da rotina cansativa e olhar pra nós mesmos e pra família que formamos. Mais uma vez agradeci a Deus por estar vivendo esse momento com você e seu pai, e por sentir que a cada dia nosso amor se fortalece, por saber que mesmo com todas as dificuldades do mundo lá fora (e temos enfrentado muitas) a vida aqui dentro é plena e feliz. Quando a gente fecha a porta e se aconchega no nosso ninho tudo fica mais leve, nós ficamos mais fortes e resilientes pra passar pelos problemas que a vida vem trazendo. 
Obrigada, Rafael, pela linda família que você forma com a gente, por fazer aumentar minha admiração pelo seu pai, por fazer nossos problemas parecerem mais tranqüilos e por aumentar a cada dia nosso amor.
Obrigada por esses 5 meses!
Te amo!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Mamando pra dormir



Oi, meu filho!


É curioso, filho, como a maternidade, uma condição tão comum a tanta gente, gera tanta polêmica. Depois que você nasceu, até mesmo quando você ainda estava na minha barriga, ouço milhares de palpites, opiniões, conselhos e orientações dos mais diversos tipos. Todo mundo tem uma experiência pra compartilhar, todo mundo acha que fez da melhor maneira e que a gente precisa ouvir os mais experientes.

É difícil ser mãe de primeira viagem, às vezes fico perdida de tanta coisa diferente que ouço, mas sempre escuto com carinho, penso se pode ser melhor pra você e pra mim, sempre pondero, sei que, na maioria das vezes, a intenção é boa, é de ajudar. No fim, a conclusão a que chego é que cada história é única, e que o que funciona para os outros não necessariamente funciona pra gente, mas sempre tento.
De todas as coisas que as pessoas comentam e gostam de aconselhar, a que mais mexe comigo é sobre a amamentação. É um assunto controverso, todo mundo tem uma história diferente. Tem gente que acha essencial, tem gente que acha antigo, que acha lindo, uns não conseguiram, outros não puderam, tem gente que tem vergonha, que sofreu, que amou, que não aguentou, tem aqueles que desmamaram precocemente, outros mamaram até 3 anos. A nossa história você já sabe, né meu amor? Teve um começo difícil, que já superamos e vamos muito bem, obrigada.
Todas as noites, por volta das 20h, a gente toma um banho, seu pai coloca seu pijama, te dá boa noite, pede a Deus sua benção e você vem pro meu colo mamar. E assim dorme. Todas as noites. É no meu colo que você adormece, tomando leitinho, aconchegado e tranquilo. Todas as noites. Uma rotina bem razoável considerando que você tem 4 meses e ainda não tem estrutura cognitiva desenvolvida pra adormecer sozinho.
Mas engraçado, que o que nos parece bem normal, causa espanto em grande parte das pessoas. E a gente ouve cada coisa, filho... "Ele tem que aprender a dormir sozinho." "Você não pode deixar ele dormir fazendo seu peito de chupeta." "Ele vai ficar dependente de você." E eu penso... me questiono... avalio... Por que não esperar até que você tenha maturidade pra adormecer sozinho? Por que você precisa ser independente com apenas 4 meses de vida?  Como assim fazer meu peito de chupeta se o peito existe bem antes da chupeta ser inventada? Quantas crianças crescidas dependem do peito da mãe pra adormecer?
Que difícil, meu filho... Que estranho abrir mão desse nosso momento na penumbra do quarto, sozinhos, em silêncio, nos olhando, minutos antes de você fechar os olhos e cair no sono segurando meu polegar... como abrir mão desse momento em prol de uma suposta independência nos primeiros meses de vida?
Todas os dias, todas as nossas decisões e atitudes são pensadas, sempre querendo seu bem, sempre esperando que estejamos acertando e fazendo de você uma criança saudável, feliz e muito amada.
Por enquanto, meu amor, você vai, sim, dormir nos meus braços, aconchegado no meu peito, alimentado de amor... e quando chegar seu momento, saberemos dar o próximo passo.
Por enquanto, dorme aqui, meu bebê...
Te amo.
Boa noite, Deus te abençoe.